Um dos principais estudos de vacina contra o HIV do mundo, o Mosaico, mostrou que o imunizante Ad26.Mos4.HIV, da Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson, é seguro, mas ineficaz.
O estudo de fase 3 envolveu 3.900 voluntários de 18 a 60 anos na Europa, América do Norte e América do Sul. Com os resultados, o trabalho será descontinuado, informou nesta quarta-feira (18) o NIH (Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos).
No Brasil, o estudo foi realizado em oito centros de pesquisa, em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Amazonas.
O foco eram HSH (homens que fazem sexo com homens) e transexuais.
“Os participantes estão sendo notificados dos resultados e análises adicionais dos dados do estudo estão sendo planejadas”, afirma o NIH.
A vacina desenvolvida pela Janssen usa como vetor um vírus de resfriado comum (adenovírus 26) para levar imunógenos “mosaicos”, que têm vários subtipos de HIV, com o objetivo de induzir respostas imunes contra uma variedade de cepas globais do vírus.
Os participantes recebiam quatro injeções ao longo de um ano, as últimas duas com uma formulação de proteína de envelope de HIV bivalente, “combinando proteínas de envelope dos clados C gp140 e gp140 de mosaico, com adjuvante de fosfato de alumínio para aumentar as respostas imunes”, explicou o NIH.
Todas as doses foram aplicadas nos voluntários até outubro do ano passado.
O Conselho Independente de Monitoramento de Dados e Segurança — DSMB, na sigla em inglês — iniciou a revisão dos dados recentemente e concluiu que não havia problemas com a segurança do imunizante.
“No entanto, o número de infecções por HIV foi equivalente entre os braços de vacina e placebo do estudo. Durante o ensaio clínico, todos os participantes receberam ferramentas abrangentes de prevenção do HIV, incluindo profilaxia pré-exposição ou PrEP. A equipe do estudo garantiu que os participantes que contraíram o HIV durante o estudo fossem encaminhados imediatamente para cuidados médicos e tratamento”, diz a nota.
Esse é o segundo revés do mesmo imunizante. Em 2021, testes em mulheres jovens na África subsaariana tiveram desfecho semelhante.
*Via R7